Ao tempo
Ouvia-a, como todos, vidrado, nas palavras, na sabedoria, no som da voz melodiosa e da expressão serena.
Tremeu quando os olhos se poisaram nele com a missiva “estou aqui”, porque estava, ela estaria incondicionalmente ali a apoiá-lo e ele temia desiludi-la.
Admirou-lhe a força estampada no rosto.
Nos imensos minutos da vida, permaneceu a contemplá-la.
Engolindo a dor, na alegria do seu sorriso.
Silenciou gestos, palavras, sentimento.
Abafou no riso, na amizade, na cumplicidade, o que calou.
Abre o véu que o apartou e o fundiu e por um segundo revê o bom, o mau, o assim-assim.
Sem pensar, reflectir, restringir, agarra o momento.
No calor dum abraço, sem palavra, o tempo mal chega para um beijo.
Eterno.
Ansiado.
Sublime.
No silêncio da noite, ele, vidrado, trémulo, a admirá-la de soslaio, calado em suplica: vê-me!
3 Comments:
:)
**
gostei à brava, you (...eu e o meu vocabulário erudito), mas podes mesmo crer que gostei....à brava!!
e parece que a nosssa companheira lifeyes tb gostou, até te deixou um :) e dois * (nunca tive essa sorte, mas....fico de boca tapada, pronto)
:P
deathnot tu és tão invejoso, mas tão invejoso, tão, tão invejoso... "kredoooo"
Toma lá :) **
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