O Natal também é isto…
Bem, depois de horas a apanhar a baba do chão com recurso a esse grande engenho chamado esfregona – ainda não está tudo, mas o maior já está foi - salivação desmesuradamente causada por alguém, perdão, ALGUÉM se ter lembrado que eu poderia encaixar no perfil para fazer parte deste projecto (são muitos anos a ver futebol…) mas, escrevia eu, depois da apanha da saliva babada, houve que pôr os dedinhos à obra a ver se não defraudava expectativas.
“O que escrever? Sobre o quê? Como?” serão sempre as perguntas que surgem na mente de um escritor; logo, isso não me passou pela cabeça, como é óbvio. O que se atravessou nesta densa massa encefálica (se eu não me valer, quem o fará?) foi: “e porque não escrever sobre o Natal? Há que ser original, a ocasião merece…” e pronto, está decidido, vou contar uma linda história natalícia.
Tudo começa com uma promessa – minha – feita no calor da publicidade televisiva. “É isto que te vou dar, filha”, disse-lhe eu, entusiasmado pela visão de um brinquedo que seria estranho comprar para mim. Ora, promessa feita é promessa que tem de ser cumprida. Não, não se trata de ética parental, mas sim de protecção cárdio-auditiva (já quebrei promessas deste tipo e sei os decibéis que me invadem os ouvidos e as lágrimas que me dissolvem o coração…).
Alvo definido, toca a conquistar.
Porém, parece que toda a gente se sincronizou comigo no desejo – não encontrava aquela porcaria em Lisboa nem nos arrabaldes. Desespero; Sofreguidão; Escalada pelas paredes; Consulta no otorrino para dia 26; tudo estados de alma que se colaram na minha. “Tenho de ir às entranhas do comércio” pensei no bocadinho de tempo que ainda vou tendo para me dar a esse luxo “Tenho de ir ao Colombo”. E fui.
Chego lá, com os segundos a correrem à pressa, e avisto o ninho do tal produto.
À minha frente, caminham, enternecidamente, uma mãe e uma filha, de mãos dadas e coladas pelo Amor materno. Eu vou logo atrás, o suficiente para ouvir a menina prendar o mundo com a sua doce voz para informar a mamã “Olha mãe, aqui ainda há um…”. Era verdade, ainda havia um. Tanto para ela, como para mim. Um é um, não são dois…
É nestas coisas que o instinto paterno (e amor próprio) se manifesta corporalmente. O passo acelera ao ritmo do coração. Sem dúvidas sobre o melhor traçado, deixo para trás aquela parelha que irradiava carinho, e, antes dela esticar a sua pequenina mãozinha, já eu tinha a minha manápula preenchida.
“OOOhh” disse a menina, “AAAAAhhh!” respirei eu. (E só não levantei aquilo imitando o Zé Águas na elevação de uma taça dos campeões, por puro respeito à criança; sim porque eu respeito os petizes…). Não lhe vi a cara, para não lhe ver o coração. Assim não tenho remorsos, de certeza. Só esta alegria imensa de ter achado e resgatado o ultimo e único dos presentes.
Mais uma chave para um abraço, um sorriso. E isto, sim, é Natal!
Deathnot
“O que escrever? Sobre o quê? Como?” serão sempre as perguntas que surgem na mente de um escritor; logo, isso não me passou pela cabeça, como é óbvio. O que se atravessou nesta densa massa encefálica (se eu não me valer, quem o fará?) foi: “e porque não escrever sobre o Natal? Há que ser original, a ocasião merece…” e pronto, está decidido, vou contar uma linda história natalícia.
Tudo começa com uma promessa – minha – feita no calor da publicidade televisiva. “É isto que te vou dar, filha”, disse-lhe eu, entusiasmado pela visão de um brinquedo que seria estranho comprar para mim. Ora, promessa feita é promessa que tem de ser cumprida. Não, não se trata de ética parental, mas sim de protecção cárdio-auditiva (já quebrei promessas deste tipo e sei os decibéis que me invadem os ouvidos e as lágrimas que me dissolvem o coração…).
Alvo definido, toca a conquistar.
Porém, parece que toda a gente se sincronizou comigo no desejo – não encontrava aquela porcaria em Lisboa nem nos arrabaldes. Desespero; Sofreguidão; Escalada pelas paredes; Consulta no otorrino para dia 26; tudo estados de alma que se colaram na minha. “Tenho de ir às entranhas do comércio” pensei no bocadinho de tempo que ainda vou tendo para me dar a esse luxo “Tenho de ir ao Colombo”. E fui.
Chego lá, com os segundos a correrem à pressa, e avisto o ninho do tal produto.
À minha frente, caminham, enternecidamente, uma mãe e uma filha, de mãos dadas e coladas pelo Amor materno. Eu vou logo atrás, o suficiente para ouvir a menina prendar o mundo com a sua doce voz para informar a mamã “Olha mãe, aqui ainda há um…”. Era verdade, ainda havia um. Tanto para ela, como para mim. Um é um, não são dois…
É nestas coisas que o instinto paterno (e amor próprio) se manifesta corporalmente. O passo acelera ao ritmo do coração. Sem dúvidas sobre o melhor traçado, deixo para trás aquela parelha que irradiava carinho, e, antes dela esticar a sua pequenina mãozinha, já eu tinha a minha manápula preenchida.
“OOOhh” disse a menina, “AAAAAhhh!” respirei eu. (E só não levantei aquilo imitando o Zé Águas na elevação de uma taça dos campeões, por puro respeito à criança; sim porque eu respeito os petizes…). Não lhe vi a cara, para não lhe ver o coração. Assim não tenho remorsos, de certeza. Só esta alegria imensa de ter achado e resgatado o ultimo e único dos presentes.
Mais uma chave para um abraço, um sorriso. E isto, sim, é Natal!
Deathnot
6 Comments:
Ao ler estas palavras lembrei-me de duas expressoes: veni, vidi, vici e Omnia vincit amor, realmente o amor de pai tem sempre dois reversos a vitoria de um e a derrota de outro
eu faltei às aulas de mongol, moranguinho; ora troque lá isso por miudos (dos pequenos)
(não se preocupe que a menina não foi derrotada, está na minha memoria para sempre e a mãe deve-lhe ter compraado uma pastilha...)
allyna, posso tirar as meias? é que este tapete é tão fofinho...
veni, vidi, vici = Cheguei vi e venci, Omnia vincit amor = O amor vence tudo
moranguinho, pelo silogismo q posso fazer, a menina é o amor...(vejamos:
1º fala na primeira pessoa (chegou, vi e venceu);
2ºessa primeira pessoa, entre outras coisa, venceu
3º depois, informa que quem vence tudo é o "amor";
4º(e conclusão) se a primeira pessoa vence (a menina) e quem vence tudo é o "amor" (palavras suas...) logo, a menina é o amor...)
:P
mais a sério, um natal santinho a todos, incluindo a dona, pois claro ;)
Vences-te tu porque o teu amor de pai encontrou e comprou a desejada prenda pelo teu filho, vence o amor da mae da menina porque ira encontrar seguramente noutro lado
Os srs vejam lá se se decidem afinal quem vence e quem é o amor.
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