For you and for me
( http//www.deviantart.com)
Num rasgo de fúria cantou. Num universo de ódio matou o calor, o fogo, as chamas. Blasfemou impotente.
Olhou o mar incendiado, o céu quebrado, a terra incandescente.
Na solidão da multidão lembrou. Aconchegou o peito, escondeu o rosto, virou a alma, sufocou a dor.
Recordou.
O rosto calmo. Olhar penetrante. Palavras suaves. Expressão decidida.
Tocou. Reconheceu.
Um sorriso. O Sorriso.
Sentiu.
Ouviu.
Viu.
Ali.
Como nas histórias que lhe contavam em pequena. Qual fada e duendes em fantasias irreais onde tudo é possível. Onde nada é inexistente.
“Ninguém morre se não deixarmos”
Tens razão… ninguém morre se não deixarmos…
Não saias daqui. Não te afastes.
Sentou-se calmamente, ouviu a voz na sala “professora?” “pois”
Sorriu.
Olhou ao fundo. “somos colegas agora” “quase”
Sorriu.
“Aguenta-te” “dá-me a mão…”
Sorriu.
“Nado melhor que tu” “apanha-me!”
Sorriu.
“Gosto dos teus disparates” “e eu dos teus”
Sorriu.
Tantos anos lado a lado no silêncio de palavras expressas em gestos, olhares, sentimentos, risos. Sempre o sorriso.
“És feliz?” “Serei sempre! Vale a pena”
Pois vale…
Ensinaste-me tanto.
Fica aqui. Não te afastes. Vou mostrar-te tudo que me ensinaste: a sorrir.
Parou.
Olho o espaço vazio e encho-o de ti e, sorriu como tu, sem olhar para trás.
Mal posso esperar… que me venhas buscar… Guarda-me um lugar, bem ao teu lado, vou querer assistir à vida de camarote. Mas não ainda, desculpa, ainda estou… a viver!
Sorriu.
Não posso ficar aqui, a lenha esgotou, os aquecedores avariaram. Tenho frio… Não posso ir embora sem ti, perdi os mapas, fiquei sem carro. Estou presa àquela palavra…
Não posso fechar a porta que a chave tem-la tu.
Vive comigo… em mim, que eu sorriu contigo… em ti
Parou… o mundo parou… o universo parou… inerte…
Sentiu. Ouviu. Viu. O último gemido do paraíso esvair-se.
Nenhum deus acudiu. Nenhuma lágrima rolou. Nenhum grito.
Insensível? Gélida? Petrificada?
Adormeceu.
A dor rolou por entre o sono.
Sonhou.
Sentiu. Ouviu. Viu. O último gemido do paraíso esvair-se.
Nenhum deus acudiu. Nenhuma lágrima rolou. Nenhum grito.
Insensível? Gélida? Petrificada?
Adormeceu.
A dor rolou por entre o sono.
Sonhou.
Num rasgo de fúria cantou. Num universo de ódio matou o calor, o fogo, as chamas. Blasfemou impotente.
Olhou o mar incendiado, o céu quebrado, a terra incandescente.
Na solidão da multidão lembrou. Aconchegou o peito, escondeu o rosto, virou a alma, sufocou a dor.
Recordou.
O rosto calmo. Olhar penetrante. Palavras suaves. Expressão decidida.
Tocou. Reconheceu.
Um sorriso. O Sorriso.
Sentiu.
Ouviu.
Viu.
Ali.
Como nas histórias que lhe contavam em pequena. Qual fada e duendes em fantasias irreais onde tudo é possível. Onde nada é inexistente.
“Ninguém morre se não deixarmos”
Tens razão… ninguém morre se não deixarmos…
Não saias daqui. Não te afastes.
Sentou-se calmamente, ouviu a voz na sala “professora?” “pois”
Sorriu.
Olhou ao fundo. “somos colegas agora” “quase”
Sorriu.
“Aguenta-te” “dá-me a mão…”
Sorriu.
“Nado melhor que tu” “apanha-me!”
Sorriu.
“Gosto dos teus disparates” “e eu dos teus”
Sorriu.
Tantos anos lado a lado no silêncio de palavras expressas em gestos, olhares, sentimentos, risos. Sempre o sorriso.
“És feliz?” “Serei sempre! Vale a pena”
Pois vale…
Ensinaste-me tanto.
Fica aqui. Não te afastes. Vou mostrar-te tudo que me ensinaste: a sorrir.
Parou.
Olho o espaço vazio e encho-o de ti e, sorriu como tu, sem olhar para trás.
Mal posso esperar… que me venhas buscar… Guarda-me um lugar, bem ao teu lado, vou querer assistir à vida de camarote. Mas não ainda, desculpa, ainda estou… a viver!
Sorriu.
Não posso ficar aqui, a lenha esgotou, os aquecedores avariaram. Tenho frio… Não posso ir embora sem ti, perdi os mapas, fiquei sem carro. Estou presa àquela palavra…
Não posso fechar a porta que a chave tem-la tu.
Vive comigo… em mim, que eu sorriu contigo… em ti
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